A utilização do amálgama em Odontologia na atualidade e as questões ambientais em consonância com as Metas do Milênio

Autores

  • IRACEMA MARIA BRAGA
  • ROBERTO MARCIO ANDRADE
  • ESTEVAM BARBOSA CASAS

Palavras-chave:

Efeito tóxico do mercúrio. Amálgamas. Biodiversidade. Metas do Milênio.

Resumo

Em reunião da ONU, ocorrida em Nova York em 2000, 191 países propuseram oito objetivos, chamados Metas do Milênio, visando à melhoria na qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente. O mercúrio causa prejuízos ao meio ambiente e aos seres vivos. O processo de contaminação ocorre por descuido na utilização e seu descarte no lixo, contaminando terra, água e ar. Esse metal, volátil sob baixas temperaturas (maiores que l20 C) promove a contaminação das nuvens e provoca chuvas tóxicas. As águas contaminadas depositam-se nos solos, rios, lagos e oceanos. Este trabalho objetiva a conscientização dos profissionais para a racionalização do uso de metais pesados, como o mercúrio e a prata em seres vivos, e sobre o impacto ambiental de seu emprego, que promove interferências na biodiversida- de. Para melhor elucidação, os dados pesquisados foram tabulados com base na progressão linear do acúmulo do mercúrio ambiental ao longo de décadas, utilizando-se intervalos de cinco anos para interpolação. Após mais ele 170 anos de uso, continuam sendo descartados resíduos tóxicos no meio ambiente, com efeitos cumulativos que trazem dados alarmantes. Desde aquela época, cientistas alertavam para o efeito tóxico cumulativo da utilização da "pasta de prata". Baseado na média de 30 restaurações de amálgama por mês, cada dentista descarta por ano 108 gramas de mercúrio no meio ambiente. Assim, para o Brasil, que possui mais de 220 mil dentistas clinicando, os cálculos de contaminação do meio ambiente são alarmantes: 47,4 toneladas de resíduos /ano, que corresponderia a 23,7 toneladas de mercúrio/ano, já que o conteúdo de mercúrio nos resíduos descartados é da ordem de 50%. Se a projeção for realizada para 10 anos, a contaminação seria na ordem de 237 toneladas de mercúrio lançados no meio ambiente, já que seu efeito é cumulativo na natureza. A nanotecnologia, de forma inovadora, procura desenvolver biomateriais resistentes que interagem com os tecidos vivos e são menos poluentes. Concluiu-se que o impacto da presença de metais pesados, como o mercúrio e a prata elos amálgamas, e suas interferências na biodiversidade sugerem a racionalização no uso e o processamento de lixo tóxico; e que existe, então, a necessidade evidente de alertar os cirurgiões-dentistas para os riscos ambientais do uso de produtos mercuriais, como o amálgama odontológico.

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Publicado

2017-12-12

Como Citar

BRAGA, I. M., ANDRADE, R. M., & CASAS, E. B. (2017). A utilização do amálgama em Odontologia na atualidade e as questões ambientais em consonância com as Metas do Milênio. REVISTA DO CROMG, 12(2). Recuperado de https://revista.cromg.org.br/index.php/rcromg/article/view/103

Edição

Seção

Artigos