Epidemiologia da Neuralgia Trigeminal em adultos da cidade de Uberlândia, considerando o ramo do nervo e o tratamento mais indicado
DOI:
https://doi.org/10.61217/rcromg.v22.411Palavras-chave:
neuralgia trigeminal, epidemiologia, tratamentoResumo
Introdução: A neuralgia trigeminal (NT) é uma patologia com aspectos patognomônicos, incluindo caracterizada por episódios de dores paroxísticas e lancinantes, semelhantes a choque elétrico, debilitante, desencadeadas pelo toque na área da pele da face da terminação nervosa do nervo, denominada zona de gatilho. As dores são intensas e de curta duração, com intervalos variáveis. O diagnóstico é eminentemente clínico e o seu tratamento pode ser complexo. A NT pode ser idiopática ou provocada por alterações anatômicas que possam provocar compressão em um ramo do nervo trigêmeo, levando à desmielinizarão focal da bainha do nervo, a qual através de aposição axonal gera impulsos espontâneos nas fibras adjacentes (Love; Coakham, 2001). Objetivo: Verificar a incidência da neuralgia trigeminal nos pacientes adultos Programa de Cuidados Específicos às Doenças Estomatológicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), relacionando idade, gênero, ramo do nervo trigêmeo e forma de tratamento. Metodologia: Foram observados duzentos prontuários de pacientes adultos do Programa de Cuidados Específicos às Doenças Estomatológicas da UFU. A frequência de cada variável, tais quais o ramo do nervo trigêmeo afetado, idade e sexo do paciente, lado da face e o tratamento, foi avaliada por meio de análise estatística, teste Qui-Quadrado. A pesquisa foi conduzida de acordo com o protocolo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP-UFU), sob o registro 2.844.148. Resultados e discussão: Os resultados revelaram que da amostra total de 200 pacientes, 20 apresentaram diagnóstico de NT (10%), sendo 14 mulheres (70%) e 6 homens (30%), 7 sendo o ramo mandibular afetado (35%), 12 para o ramo maxilar (60%) e 1 para o ramo oftálmico (5%). O lado direito foi o mais acometido, 14 casos (70%), em relação ao esquerdo, 6 (30%), fato coincidente na literatura (Di Stefano et al., 2018). Dos pacientes diagnosticados com NT, apenas 1 apresentou idade inferior aos 40 anos, sendo 38 anos, o vem de acordo à literatura que aponta maior incidência desta neuropatia em mulheres a partir dos 40 anos de idade (Quesada et al., 2005). O teste Qui-quadrado não apresentou correlação entre a idade (P = 0,215) e o sexo (P = 0,255) com a NT. O tratamento mais utilizado foi o medicamentoso, sendo a carbamazepina mais prevalente (75%), seguida da gabapentina (15%), citoneurim (10%) e capsaicina (10%). Esses resultados acordam com a literatura que aponta a carbamazepina ou a oxicarbamazepina como drogas de primeira excolha para o tratamento da NT (Bendtsen et al., 2020). O tratamento com a laserterapia também foi apresentado por 10% dos pacientes estudados. Conclusão: Baseado em nossos resultados, concluímos que a neuralgia trigeminal é mais prevalente em mulheres acima a partir da quarta década de vida, unilateral, sendo o ramo maxilar mais afetado no lado direito. O tratamento medicamentoso é o mais prevalente, sendo a carbamazepina a droga de primeira escolha podendo ou não ser associada à laserterapia. Esses aspectos trona-se uma ferramenta clínica de auxílio ao profissional da saúde para elaborar protocolo de abordagem ao paciente com neuralgia trigeminal, sendo o conhecimento sobre a anatomia do nervo e a patologia dessa neuropatia essencial para a abordagem inicial, diagnóstico e tratamento.
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