Implementação do Procedimento Sistêmico de Higiene Bucal nos pacientes internados no Hospital Risoleta Tolentino Neves - HRTN

Autores

  • Alessandra Figueiredo de Souza Cirurgiã-dentista do Núcleo de Qualidade e Assistência em Odontologia Hospitalar do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil
  • Cíntia Helena Nunes Pezoa Gerente Enfermeira da linha de Cuidado Cirúrgico do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil
  • Cíntia dos Santos Andrade Gerente Enfermeira da Linha de Cuidado Clínico do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil
  • Rosângela de Jesus Lima Gerente Enfermeira da Linha de Cuidado Materno-infantil do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0009-0003-5447-8800
  • Leandro Amorim Teixeira Psicológo da Educação e Desenvolvimento Gestão de Pessoas do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil https://orcid.org/0000-0002-1419-7743
  • Juliane Cristina Diniz Oliveira Enfermeira do Núcleo Segurança-Paciente do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil
  • Karla Cristina Neiva Gerente Geral de Enfermagem do Hospital Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil
  • Mônica Aparecida Costa Diretora Técnico Assistencial do Hospital Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.61217/rcromg.v22.319

Palavras-chave:

assistência hospitalar, biofilme dentário, capacitação institucional, doenças periodontais, higiene bucal

Resumo

Introdução/Justificativa: A saúde bucal é multifacetada e inclui a capacidade de falar, sorrir, cheirar, saborear, tocar, mastigar, engolir e transmitir uma variedade de emoções por meio de expressões faciais com confiança e sem dor, sem desconforto e doença do complexo craniofacial. A cavidade bucal é um ecossistema microbiano complexo que contém mais de 2.000 bactérias, vírus e fungos. A maioria da microbiota bucal são de microrganismos considerados comensais, mas pode abrigar microrganismos oportunistas. A hospitalização afeta negativamente a saúde bucal dos pacientes, evidenciado por um aumento do acúmulo de biofilmes, provocando a deterioração das membranas mucosas e colonização com potenciais patógenos respiratórios. O sangramento gengival é um sinal de inflamação dos tecidos periodontais e pode refletir a gengivite ou periodontite. Em ambos os casos, o acúmulo do biofilme é um fator preponderante. Há evidências de que a periodontite é um fator de risco e pode levar à progressão ou desenvolvimento de várias doenças sistêmicas, como doença cardíaca coronária e aterosclerose, Diabetes mellitus, doença de Alzheimer, nascimento prematuro, doenças respiratórias, como as pneumonias e COVID-19 entre outras. É fundamental realizar a capacitação dos profissionais de saúde nos hospitais para otimizar a higiene bucal na prevenção de agravos à saúde. Objetivos: Descrever o processo de implementação do procedimento sistêmico (PRS) de higiene bucal dos pacientes hospitalizados pelo Núcleo de Qualidade e Assistência de Odontologia Hospitalar (NQAOH) nas enfermarias das Linhas de Cuidado Clínico, Cirúrgico, Materno Infantil e Intensivo do Hospital Risoleta Tolentino Neves – HRTN – no período entre dezembro de 2022 a maio de 2023, preconizado pelas Diretrizes e Protocolos de Higiene Bucal para os pacientes internados nos hospitais / SUS-MG em cumprimento à Política Hospitalar Valora Minas do estado de MG através da DELIBERAÇÃO CIB-SUS/MG Nº 3.214, DE 16 DE SETEMBRO DE 2020 e da DELIBERAÇÃO CIB-SUS/MG Nº 3.442, DE 15 DE JUNHO DE 2021. Atividades Desenvolvidas: Elaboração (NQAOH), validação (Gerencia Geral de Enfermagem e Diretoria Técnico Assistencial), publicação (Núcleo de Gestão da Qualidade) e implementação (NQAOH) do documento institucional do PRS de Higiene bucal do paciente consciente e colaborativo (PRS-123) e o protocolo de Higiene bucal do paciente inconsciente e não colaborativo (PRS-124). O treinamento de higiene bucal foi realizado em dois formatos: presencial e educação à distância (EAD). Para avaliar a ação educativa foi aplicado um questionário ao final do treinamento. Participaram os profissionais da enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem) e equipe multiprofissional (fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e a nutrição). Foi realizada análise descritiva dos dados. Resultados: Do total de 825 funcionários do HRTN, 725 funcionários realizaram o treinamento de higiene bucal, correspondendo a 87,9%. Desses 6 (100%) são acadêmicos, bolsista, estagiário, jovem aprendiz e residente; 1 (100%) Gerente de Enfermagem da Linha de Cuidado Clínico; 164 (95%) enfermeiros; 466 (85%) técnicos de enfermagem; 10 (77%) enfermeiros obstetras; 55 (87%) fisioterapeutas; 10 (100%) fonoaudiólogos; 7 (88%) nutricionistas e 7 (100%) terapeutas ocupacionais. Os 12,1% dos profissionais que não realizaram o treinamento, correspondem a profissionais em férias ou afastados no período da vigência do treinamento. Em relação ao questionário, os profissionais foram perguntados sobre a carga horária da ação educativa e, 44,1% responderam ótimo, 48,1% bom, 6,9% regular, 1% ruim e 0,3% péssimo. Sobre a qualidade do material apresentado (vídeo e materiais de consulta), 44,7% responderam ótimo, 48,8% bom, 5,1% regular, 1% ruim e 0,3% péssimo. Em relação a oratória do instrutor (clareza das informações apresentadas, tom de voz e objetividade na fala), 41,4% ótimo, 50,2% bom, 6,8% regular, 1% ruim e 0,7% péssimo. Sobre a capacidade de reter a atenção durante o treinamento, 43,4% foi ótimo, 48,1% bom, 6,8% regular, 1% ruim e 0,7% péssimo. Sobre a capacidade do conteúdo em estimular a mudança na sua prática cotidiana, 25,8% responderam que foi ótima, 61,7% bom, 10,5% regular, 1,7% ruim e 0,3% péssimo. Sobre avaliar o seu conhecimento sobre o assunto antes da ação educativa, 45,8% responderam que era ótimo, 48,1% bom, 5,1% regular, 0,7% ruim e 0,3% péssimo. Sobre a avaliação do seu conhecimento sobre o assunto após a ação educativa, 42,4% ótimo, 47,1% bom, 8,1% regular, 1,4% ruim e 1% péssimo. Quando questionado sobre qual formato o conteúdo deve ser apresentado, 82,7% responderam on-line e 17,3% presencial. De forma geral, quando questionado sobre a avaliação da ação educativa, considerando zero como péssima e dez como excelente, 91,2% dos entrevistados responderam a ação entre 5 a 10 pontos e 8,8% responderam de 0 a 5 pontos. Conclusão: O treinamento de higiene bucal foi considerado satisfatório. Interessante ressaltar que o treinamento foi considerado por 93,5% dos participantes de ótima/boa qualidade, 91,6% com ótima/boa clareza das informações, 91,5% com ótima/boa retenção de conteúdo e 87,5% dos participantes foram estimulados a mudança positiva na sua prática cotidiana. Considerações Finais: O treinamento de higiene bucal é um fator importante e que deve ser estimulado regularmente garantindo a atualização dos conteúdos e o aprimoramento técnico cientifico.

Biografia do Autor

Alessandra Figueiredo de Souza, Cirurgiã-dentista do Núcleo de Qualidade e Assistência em Odontologia Hospitalar do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Belo Horizonte, MG, Brasil

Possui graduação em ODONTOLOGIA pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1994) e em ENFERMAGEM pela Universidade José do Rosário Vellano (2010) . Doutora em Estomatologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2022), Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (2016). Especialista em Pacientes com Necessidades Especiais pelo CFO/2017, Especialista em Saúde do Idoso pelo Hospital das Clínicas/UFMG - 2012, Especialista em Microbiologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2004). Habilitação em Odontologia Hospitalar pelo CFO/2016, Habilitação em Laserterapia pela CFO/2017. Presidente do Departamento de Odontologia Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Gestão 2020/21. Coordenadora do Departamento de Odontologia da SOMITI afiliada AMIB. Presidente da Câmara Técnica de Odontologia Hospitalar do CROMG. Membro da Comissão de Odontologia Hospitalar do CFO. Sócia fundadora da ARA Capacitação em Odontologia. INTEGRA - Assistência em Odontologia Hospitalar. Cirurgiã-dentista Hospital Risoleta Tolentino Neves - HRTN. Tem experiência na área de Odontologia com ênfase em ODONTOLOGIA HOSPITALAR e OPNE manteve principalmente nos seguintes temas: assistência odontológica pacientes comprometidos sistemicamente, pacientes sindrômicos, Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, controle de infecção hospitalar, oncologia, cardiologia e hematologia.

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Publicado

2024-01-25

Como Citar

Figueiredo de Souza, A., Helena Nunes Pezoa, C., dos Santos Andrade, C., de Jesus Lima, R., Amorim Teixeira, L., Cristina Diniz Oliveira, J., Cristina Neiva, K., & Aparecida Costa, M. (2024). Implementação do Procedimento Sistêmico de Higiene Bucal nos pacientes internados no Hospital Risoleta Tolentino Neves - HRTN. REVISTA DO CROMG, 22(Supl.3). https://doi.org/10.61217/rcromg.v22.319