A água ozonizada melhora parâmetros clínicos e qualidade de vida de casos de pericoronarite
estudo piloto de ensaio clínico randomizado
DOI:
https://doi.org/10.61217/rcromg.v22.566Palavras-chave:
pericoronarite, terceiro molar, dor, qualidade de vida, água ozonizadaResumo
Introdução: A pericoronarite é uma inflamação dolorosa frequentemente associada aos terceiros molares inferiores, caracterizada por uma complexa flora microbiana, que resulta em dor, inchaço e desconforto. O tratamento convencional envolve a limpeza local e a irrigação com soro fisiológico. O ozônio, conhecido por suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias, tem sido estudado como um complemento no tratamento de várias condições médicas e, devido aos seus benefícios clínicos, tem encontrado aplicação crescente na odontologia. Objetivo: Este estudo investigou o impacto clínico e na qualidade de vida do tratamento coadjuvante da pericoronarite em terceiros molares inferiores, comparando a irrigação com água ozonizada e soro fisiológico. Metodologia: Realizamos um estudo piloto de ensaio clínico randomizado, controlado e triplo-cego, com um período de acompanhamento de 30 dias. O estudo incluiu pacientes com pericoronarite em terceiros molares inferiores, seguindo as diretrizes do CONSORT e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM, com parecer nº 5.922.185. A avaliação da dor, feita por meio da escala visual analógica, assim como a extensão do edema e eritema e a abertura bucal, foram realizadas no baseline e nos dias 1, 3, 7, 15 e 30 após o tratamento. O índice de placa visível, índice de sangramento à sondagem e profundidade de sondagem no segundo molar adjacente foram avaliados no baseline e nos dias 7, 15 e 30 após o tratamento. Utilizamos questionários, como o OHIP-14, OHIP14-PD Br e SF-36, para avaliar a qualidade de vida dos pacientes, juntamente com a altura da crista óssea na distal do segundo molar, que também foi medida no baseline e no dia 30 após o tratamento. Analisamos a quantidade de medicamentos analgésicos utilizados nos 7 dias após o tratamento e coletamos dados sociodemográficos dos pacientes. Resultados: O estudo incluiu um total de 10 pacientes, divididos igualmente em grupos A (soro fisiológico) e B (água ozonizada), sem exclusões durante o estudo. Todos os dados demográficos avaliados foram semelhantes entre os grupos em relação ao terceiro molar comprometido pela pericoronarite, sexo, idade, renda, consumo de álcool e cigarro; como também em relação aos dados clínicos: dor, abertura bucal, extensão do edema/eritema, indice de placa visível, indice de sangramento a sondagem, altura da crista óssea e qualidade de vida no baseline. Ao avaliar as radiografias panorâmicas dos pacientes, a posição mais frequente encontrada dentre os dentes incluídos no estudo conforme a classificação de Pell e Gregory foi 2A (70,0%), seguida por 2B (20,0%) e 1A (10,0%). Não houve casos de pacientes com envolvimento sistêmico, tais como: mal estar, febre e linfadenopatia; sendo dispensada a necessidade de prescrição de antibiótico para os pacientes. A análise intra-grupo realizada 7 dias após o tratamento demonstrou uma melhora estatisticamente significativa em ambos os grupos em relação à dor (Grupo A: p = 0,018 e Grupo B: p = 0,002) e à extensão do edema e eritema no Grupo A (p = 0,002). No entanto, não observou-se diferenças estatisticamente significativas na análise entre os grupos em relação a nenhum outro parâmetro avaliado, 7 dias após o tratamento. A avaliação da qualidade de vida, realizada por meio dos questionários OHIP-14 e OHIP14-PD-Br, mostrou diferenças significativas dentro do Grupo A (p = 0,043; p = 0,042, respectivamente), enquanto no Grupo B foi significativa apenas no OHIP-14 (p = 0,041), após 30 dias de tratamento. Em relação ao questionário SF-36, o Grupo B apresentou melhora no domínio Estado Geral de Saúde (p = 0,034). Conclusão: Em resumo, a utilização da água ozonizada demonstrou eficácia comparável ao soro fisiológico no tratamento da pericoronarite, abrangendo aspectos clínicos e de qualidade de vida, o que sugere seu potencial como uma alternativa viável. No entanto, são necessários estudos adicionais para validar esses resultados e aprofundar a compreensão dos possíveis benefícios clínicos do ozônio na prática odontológica.
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