Análise tridimensional do volume do seio maxilar após cirurgia ortognática utilizando inteligência artificial

Autores

  • Adrielly Cristina Moreira Teixeira UFMG
  • Bruna Campos Macedo Universidade de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-1430-959X
  • Samuel Costa Macedo Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.61217/rcromg.v23.642

Palavras-chave:

seio maxilar, cirurgiões bucomaxilofaciais, cirurgia ortognática, inteligência artificial

Resumo

Introdução: Deformidades dentofaciais esqueléticas maxilares e mandibulares em pacientes jovens podem ser tratadas com ortopedia facial e modulação do crescimento, porém os pacientes adultos podem vir a requerer um procedimento cirúrgico para correção das estruturas faciais. A osteotomia maxilar Le Fort I é o procedimento cirúrgico corretivo mais estudado e é comumente utilizado para deformidades dentofaciais envolvendo a maxila.  A osteotomia Le Fort I apresenta uma variabilidade de movimentos, sendo que tanto o avanço e recuo maxilar e reposição superior ou inferior podem envolvem quase todos os tecidos circundantes, incluindo o seio maxilar, vias aéreas, lábio superior e tecidos nasais. Os seios maxilares se desenvolvem a partir da primeira infância até cerca 25 anos de idade, mantendo-se constante a partir desta maturação,  a menos que um procedimento cirúrgico interfira no desenvolvimento normal. Os seios maxilares são importantes para a respiração, no controle da ressonância da fala e na redução do impacto de traumas faciais, uma vez que auxiliam na dissipação de forças traumáticas. O movimento cirúrgico da maxila pode afetar a morfologia sinusal, desencadeando alterações inflamatórias e morfológicas. Nenhum trabalho se dedicou ao estudo tridimensional em alta resolução e com o auxílio de inteligência artificial para avaliação volumétrica. Este estudo visa contribuir no entendimento das alterações morfológicas, que podem vir a impactar também na clínica do paciente. A utilização de inteligência artificial deve ser estudada, a fim de se validar seu uso para ampliar a usabilidade em procedimentos em cirurgia facial. Objetivos: Avaliar as alterações morfológicas e volumétricas do seio maxilar após cirurgia ortognática.  Determinar qual movimento da maxila impacta mais no volume do seio maxilar após a cirurgia ortognática. Metodologia: Dez pacientes procuraram atendimento para realização de cirurgia ortognática bimaxilar. Todos os pacientes realizaram tomografia computadorizada no mesmo instituto, com os mesmos parâmetros e com o mesmo aparelho. A partir deste momento, foi realizado o planejamento cirúrgico virtual, também por apenas um profissional treinado. A cirurgia ocorreu de forma habitual, sem complicações pós-operatórias. Todos os pacientes mantiveram acompanhamento próximo, retornando ao tratamento ortodôntico após vinte e um dias. No sexto mês pós-operatório foi reavaliado tomograficamente o volume do seio maxilar, a partir de uma segmentação automática, realizada pelo software NEMOFAB (NEMOTEC, Espanha), excluindo a influência humana. Resultados: Os pacientes foram avaliados após seis meses da realização do procedimento cirurgico, sendo que o sexo dos pacientes foi bem dividido sendo, 6 mulheres e 4 homens. Cinco pacientes apresentaram deformidade do tipo 2, enquanto outros cinco apresentaram deformidade do tipo 3. Para os pacientes do tipo 2, que realizaram em sua maioria o reposicionamento superior do maxilar, com movimento anti-horário do plano oclusal, o seio maxilar apresentou uma redução média de 3,4% ( +- 8,1%). Os pacientes portadores de deformidades esqueléticas tipo 3, com tratamento que envolve o movimento de avanço maxilar e correção do plano oclusal apresentaram um aumento médio de 18,4% (+-10,1%) após seis meses. Conclusão: O volume do seio maxilar aumenta em grande quantidade nos pacientes que procuraram tratamento para deformidades esqueléticas tipo 3, enquanto para os pacientes do tipo 2 ocorreu manutenção do volume, com pequena redução.

Biografia do Autor

Bruna Campos Macedo, Universidade de São Paulo

Cirurgiã Bucomaxilofacial 

Samuel Costa Macedo, Universidade de São Paulo

Cirurgião e Doutor Bucomaxilofacial

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Publicado

2024-12-12

Como Citar

Moreira Teixeira, A. C., Campos Macedo, B., & Costa Macedo, S. (2024). Análise tridimensional do volume do seio maxilar após cirurgia ortognática utilizando inteligência artificial. REVISTA DO CROMG, 23(Supl.1). https://doi.org/10.61217/rcromg.v23.642