Restaurações diretas em paciente com amelogênese imperfeita

Autores

  • Raul Guilherme Soares Souza Faculdade Uniarnaldo
  • Adalberto Batista de Paula Faculdade Uniarnaldo
  • Ana Zilda Martins da Silva Faculdade Uniarnaldo
  • Carlos Eduardo Jardim de Meira Faculdade Uniarnaldo
  • Eliane Ferreira da Cruz Faculdade Uniarnaldo
  • João Vitor Paiva Menezes Faculdade Uniarnaldo
  • Natalia Rosa Teixeira Faculdade Uniarnaldo
  • Aline de Freitas Fernandes Faculdade Uniarnaldo https://orcid.org/0000-0003-0677-531X

DOI:

https://doi.org/10.61217/rcromg.v23.645

Palavras-chave:

amelogênese imperfeita, restauração dentária permanente, resinas compostas, assistência odontológica

Resumo

A amelogênese imperfeita é uma alteração genética que acarreta a má formação do esmalte dentário. Tanto em dentes decíduos e permanentes. Essa alteração pode gerar problemas na DVO, sensibilidade dentinária, além de causar danos estéticos. Cada reabilitação será de acordo com a gravidade, disponibilidade financeira e idade do paciente. Nesse âmbito, o objetivo do presente relato é mostrar a eficiência das restaurações diretas em paciente com amelogênese imperfeita. Paciente, sexo masculino, 21 anos, procurou atendimento queixando da estética de alguns dentes. Na avaliação foi notado alterações no esmalte dos dentes 11;13;16;31;42 e o dente 21 uma classe IV insatisfatória. O dente 16 apresentava a maior alteração no esmalte, além de estar com cárie na face oclusal. O elemento 13 não conseguia fazer a Guia Canina de forma correta e o dente 11 apresentava problema estético. Já os dentes 31 e 42 não apresentavam borda incisal. Após o fim da avaliação, tínhamos três possíveis diagnósticos, anemia falciforme, hipoplasia generalizada ou amelogênese imperfeita. Fizemos pedido de um Hemograma para checar o nível de hemoglobina e o resultado estava dentro da normalidade. Para fechar o diagnóstico foi feito pesquisas em literaturas, análise das características clínicas e com a informação passada pelo paciente de que aquelas características eram comuns na família, incluindo o próprio pai, demos o diagnóstico de amelogênese imperfeita, que tem como característica ser uma alteração hereditária. Com o diagnóstico, poderíamos iniciar a reabilitação do paciente. Iniciamos com adequação do meio. Fazendo uma profilaxia, raspagem supra-gengival. O dente 16 foi o primeiro a ser restaurado. Foi feito o isolamento absoluto e usada broca esférica para remoção do tecido cariado. Depois usamos a broca 3118 para regularizar as superfícies. Após o preparo foi feito o condicionamento ácido, usando o ácido fosfórico 37% por 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina. Seguida de lavagem abundante com água por 1 minuto e secagem do dente com papel absorvente. Já com o dente condicionado foi feita a aplicação do sistema adesivo. Foi utilizado o adesivo universal em duas camadas. A primeira camada foi aplicada, aguardando 20 segundos e utilizando jato de ar por 5 segundos. Na segunda camada também aguardamos os 20 segundos e fotoativado por 40 segundos. Em seguida foi utilizado a resina composta OA1 pela técnica  incremental. Foi optado utilizar uma resina composta mais opaca em todo o dente, já que uma resina mais translúcida continuaria apresentando problemas estéticos. Após a escultura da coroa do dente foi checada a oclusão nas posições MIH e Guia Canina e polimento na próxima sessão. Na sessão seguinte foram restaurados os dentes 31 e 42. Instalamos o isolamento absoluto e usamos a broca 3118 no terço incisal para regularizar a face vestibular. Após a regularização foi aplicado o ácido fosfórico a 37% por 30 segundos na região de esmalte. A seguir os dentes foram lavados abundantemente com água e secos. Já com os dentes condicionados foi aplicado o sistema adesivo como na outra restauração. Logo foi utilizado a resina composta A1 para esculpir a borda incisal dos dois dentes. Sempre utilizando a técnica incremental. Logo com os dentes restaurados foi checado a oclusão com o papel carbono como na outra restauração. Com o polimento marcado para a próxima sessão. Na sessão seguinte, além do polimento, foi feita a troca da resina que estava no terço vestíbulo-mesial do dente 21. Foi feito o isolamento absoluto, em seguida foi utilizado a broca 1014 em alta rotação para remover toda a resina. Após a remoção, foi utilizado a broca 3118 também em alta rotação para regularizar o terço vestíbulo-mesial e mésio-palatino. A seguir foi aplicado o ácido fosfórico a 37%, por 30 segundos em esmalte, lavagem e secagem. Logo o sistema adesivo foi ativado. Com uma resina A1 foi reconstruído o terço mésio-palatino seguindo a anatomia do dente 11. Com a camada palatina refeita, foi usada uma resina OA1 para reproduzir a opacidade da dentina e mascarar a linha da restauração. Novamente a resina A1 para refazer a face vestibular. Ao final foi checado a oclusão utilizando o papel carbono. Chegando ao final da reabilitação estética, foi feita a faceta em resina composta no dente 11 tendo como primeiro passo instalar o isolamento absoluto. O preparo foi iniciado utilizando uma broca 1012 em alta rotação fazendo uma canaleta na face vestibular. Do terço vestíbulo-mesial até o terço vestíbulo-distal, passando pelo terço cervical. Com a canaleta uniforme foi utilizada a broca 1014 para remover toda a imperfeição no centro da face vestibular. Com isso, foi utilizado o ácido fosfórico a 37% por 30 segundos. Ao final do tempo foi feita lavagem abundante com água e  secagem. O próximo passo foi o sistema adesivo. Em seguida teve aplicação da resina composta A1 em toda a face. Sempre seguindo a anatomia anterior ao preparo e ao dente 21. Após finalizar a faceta em resina composta foi checada a oclusão como nas outras sessões. Com polimento na próxima sessão. Por fim foi restabelecido a guia canina do dente 13. Foi utilizado a broca 3118 em alta rotação para regularizar a região. O próximo passo foi a utilização do ácido fosfórico 37% por 30 segundos em esmalte. Seguida de lavagem e secagem. Foi feita a aplicação do sistema adesivo e se iniciou o processo de restauração. Utilizando uma resina A1, tendo como referência o dente 23. Por fim foi checado a oclusão de todos os dentes nas posições de MIH, Guia Canina e Guia Incisiva. Finalizando a reabilitação estética na próxima sessão com o polimento. Obtivemos bons resultados. Tanto na questão estética, agradando o paciente quanto na questão do funcionamento e durabilidade das restaurações. Um ponto que se destacou bastante foi a mudança do sorriso do paciente, ao comparar a foto inicial e a foto do fechamento do caso. Ao final foi concluído que restaurações diretas com bom condicionamento ácido e correta aplicação do sistema adesivo apresentam bom funcionamento também em pacientes com Amelogênese Imperfeita.

Biografia do Autor

Adalberto Batista de Paula, Faculdade Uniarnaldo

Estudante do curso de odontologia na faculdade Uniarnaldo 

Ana Zilda Martins da Silva, Faculdade Uniarnaldo

Estudante do curso de odontologia na faculdade Uniarnaldo 

Carlos Eduardo Jardim de Meira, Faculdade Uniarnaldo

Estudante do curso de odontologia na faculdade Uniarnaldo 

Eliane Ferreira da Cruz, Faculdade Uniarnaldo

Estudante do curso de odontologia na faculdade Uniarnaldo 

João Vitor Paiva Menezes, Faculdade Uniarnaldo

Estudante do curso de odontologia na faculdade Uniarnaldo 

Natalia Rosa Teixeira, Faculdade Uniarnaldo

Estudante do curso de odontologia na faculdade Uniarnaldo 

Aline de Freitas Fernandes , Faculdade Uniarnaldo

Docente do curso de odontologia na fauldade Uniarnaldo

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Publicado

2024-12-12

Como Citar

Soares Souza, R. G., de Paula, A. B., da Silva, A. Z. M., de Meira, C. E. J., da Cruz, E. F., Menezes, J. V. P., Teixeira, N. R., & Fernandes , A. de F. (2024). Restaurações diretas em paciente com amelogênese imperfeita . REVISTA DO CROMG, 23(Supl.1). https://doi.org/10.61217/rcromg.v23.645